Miguel Meira

Miguel Meira, estudante de arquitetura, actor e colaborador da Amol Magazine, é um jovem com 24 anos, residente no Porto e que aceitou partilhar connosco um pouco da sua vida.

Olá Miguel…
Aceitaste prontamente ser capa da Amol Magazine… Porquê?

Aceitei, porque pertenço à equipa da Amol,
projeto no qual tenho a maior confiança.

Qual é a sensação de ser o primeiro homem capa duma revista com capas tendencialmente no feminino?

É estranho (para mim pessoalmente), mas acho que pode suscitar reações boas, precisamente pela introdução de uma novidade na revista: uma capa masculina. Penso que a Amol pode dar-se “ao luxo” de experimentar sem comprometer a qualidade do trabalho que tem apresentado.

Quem és tu? Fala-nos um pouco de ti.

Não é fácil falar de mim. Primeiro, porque gosto pouco de falar mim. Não é que goste de falar dos outros… (risos). Mas, por norma, em qualquer circunstância da minha vida, não gosto de ser alvo de atenções. Posso dizer que sou uma pessoa perfeitamente normal (se é que existe de facto um padrão de normalidade), com os meus defeitos e virtudes. Em poucas palavras, posso dizer que sou bastante exigente, sobretudo comigo. Por causa disso, às vezes dedico-me excessivamente ao trabalho e acabo por prejudicar as minhas relações ao estar menos tempo com as pessoas de quem gosto. Ou seja, busco realização pessoal no trabalho por um lado, mas experimento algum “amargo de boca” por outro. De resto, sou um produto em construção, todos os dias aprendo alguma coisa nova sobre mim.

Porquê a arquitetura?

Quando era miúdo, desenhava muito. E há uns anos atrás, na generalidade das classes, julgo, desenhar bem era sinónimo de futuro arquiteto (risos). Fui para artes no secundário porque não me via noutra área e cheguei ao final do 12º ano sem saber exatamente o que seguir. Acabei por ser induzido a entrar em arquitetura, mesmo sem saber a mínima daquilo em que me estava a meter. Felizmente não correu mal.

Arquiteto, actor, modelo fotográfico.
Quais são os teus projetos para futuro?

Tenho várias expectativas. Mas sei que pode não se concretizar nenhuma, por isso não faço grandes projetos. Vou andando um pouco ao sabor do vento. Para já o meu principal objetivo é acabar a minha dissertação de mestrado.
O que vier a seguir, logo se verá.


No meio de tudo isso, qual o papel da Amol
Magazine?

Estar na equipa da Amol tem sido uma boa experiência, porque me tem levado a aprender algumas coisas. Não seria a mesma pessoa, se não tivesse conhecido este projecto.

Com que proposta de trabalho sonhas?

(risos) Não sonho com nenhuma em específico.
Apenas espero que qualquer trabalho que eu venha a fazer no futuro me satisfaça pessoal e profissionalmente. Não sou muito ambicioso no que toca a bens materiais, por isso não sonho com um trabalho milionário.
Nem posso, olhando à minha volta. Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso pode considerar-se privilegiada em estar a trabalhar numa área que a satisfaça.

A que proposta dirias que não independentemente do cachet?

Não sei… Só vendo. Não digo que não a nada sem conhecer primeiro.

Onde te encontramos nas tuas saídas?

Geralmente, na baixa do Porto.

Esquece que és nosso colaborador… e diz-nos se foi difícil trabalhar connosco do lado de fora da revista.

Referes-te à sessão fotográfica? Sim, confesso que foi, por ter sido um desafio para mim… não sou a pessoa mais extrovertida em frente a uma objetiva. No entanto, acho que foi bastante satisfatório.

Obrigado Miguel. Foi um prazer ter-te desse lado.

O prazer foi todo meu.

E o teatro?

O teatro foi uma descoberta que fiz apenas na Universidade. No meu segundo ano, um amigo ligado ao grupo CENATÓRIO (grupo de teatro da Universidade Lusíada do Porto) andava pela faculdade a captar novos membros. Eu disse-lhe que tinha curiosidade, mas como qualquer aluno de arquitetura que se preze, escudei-me na falta de tempo. Ele insistiu e ainda hoje faço teatro. Adoro.

Serias capaz de te dedicar ao teatro a tempo inteiro?

Seria. Houve um tempo em que achava que ia desistir do meu curso por causa do teatro, mas não o fiz e ainda bem, porque também adoro arquitetura. A diferença é que o teatro consegue tocar-me de uma maneira que a arquitetura não consegue. Talvez porque dou um pouco mais de coração no teatro, à falta de uma base técnica consistente (fiz apenas um workshop e algumas peças académicas e profissionais).

É difícil conseguires um equilíbrio entre a tua vida académica e a tua vida de actor?

Como disse atrás, não consigo obter um equilíbrio perfeito. Sacrifico muitas vezes as minhas relações por estar sempre a trabalhar. Mas, nos últimos anos, tenho conseguido articular as “lides” no teatro com as da arquitetura, felizmente. Não sei se será sempre assim, talvez um dia tenha de tomar uma decisão… Penso que isso só irá acontecer em função da sorte que vier a ter em qualquer uma dessas áreas ou, quem sabe, noutra qualquer. Não sabemos o que o futuro nos reserva.

E, no meio de tudo isso, o que sobra como tempo livre? A que mais te dedicas?

Não abdico do meu sábado de copos com os meus amigos. Durante a semana não tenho tempo para nada, por isso pelo menos esse dia não posso falhar, exceto se houver algum prazo urgente que me impeça mesmo de sair. De resto, gosto de fazer o meu treino no ginásio, assistir a conferências de arquitetura, peças de teatro, ver séries (sou totalmente fanático!) e tento ir apanhando uns workshops de teatro… Também pertenço ao Movimento Partido do Norte e dou explicações… e, claro, colaboro na Amol enquanto colunista e, mais recentemente, designer gráfico.

Recentemente fizeste uma sessão que serve de suporte a esta entrevista.
Foi a descoberta de mais uma vocação?
Acharias interessante trabalhar na área da
fotografia e da fotografia/publicidade?

Eu não lhe chamaria propriamente uma vocação. Penso que foi uma experiência interessante e que acabou por resultar. Conhecia o trabalho do Pedro Cabral no âmbito da fotografia de moda e propus-lhe fazermos uma sessão, o que acabou por ser também um desafio para ele por ser um “modelo” masculino.

Em relação a trabalhar na área da fotografia/
publicidade, sim, surgindo essa oportunidade acharia interessantíssimo. Seria um desafio.

Fotografia | Photography

Pedro Cabral

Modelo | Model

Miguel Meira